Sábado à tarde...
Programa “obrigatório”,
Final de curso...
Saímos, eu, minha filha ( entusiasmadíssima por ver uma casa que tem as paredes riscadas) e duas colegas de classe...
 O que vamos encontrar?
 Não sei...


Com licença poética
 Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


                          

 Antes de conhecer a Casa Intervenção, tinha visto alguma coisa na internet, no blog. Achei bonito. A flor no quadro, com palavras escritas, deixou-me curiosa.
 Chegamos antes das outras pessoas, a Casa não estava “pronta”.
Claudia nos recebeu como se fosse sua moradia mesmo. E que cuidado.  A música tocando, a iluminação, a preocupação de nos oferecer algo pra comer e beber. Ela estava sendo assistida  pelo sobrinho, um filho, disse ela. E pareceu mesmo. Dava para ver o amor entre os dois. E o respeito.
 Confesso que, no início tudo aquilo me  espantou. Ver aqueles objetos, as paredes escritas, tudo muito confuso... Com o tempo fui vendo a “história de vida”, pedaços daquela mulher, fotos, recortes, objetos,lembranças, partes de uma existência.
E que coragem.
Perguntei-me, para que se expor assim? Fiquei com aquela pergunta a me rondar.
Fui vendo tudo, me familiarizando , vendo a reação das pessoas, vendo minha filha. Ela estava encantada , olhando, perguntando.  Depois de algum tempo, Claudia  chama.Seu sobrinho fez um pequeno “show de mágica”. Aquilo foi encantador.  Paramos um pouco de ver sua vida.
 Eu não podia ficar muito, tinha um compromisso. Despedimo-nos. Fiquei ainda com aquela pergunta, Pra que se expor assim?
Muita coisa para fazer.
Minha filha pergunta:
 -Mãe tu gostou? Gostei, respondi. Mas algo me inquietava. A pergunta! Ela não parava de falar. O quanto queria fazer um desenho para Claudia.
-Eu quero pintar. Quero tinta e tela...
Chegamos em casa. Minha filha descobriu uma caixa de tinta guache.
- Mãe, me dá um papel! Eram sete horas. Começou a pintar. Passaram-se as horas, nove, dez, quase onze. Ela não parava....
Naquela hora me “apareceu” a resposta: Expor-se pra mudar o outro, para tocar de alguma forma, para sensibilizar. E foi isso que aquela tarde me deu.  Meu mundo mudou.

texto de Leda M. Saboia Bezerra


DO MEU QUARTO... DO SEU QUARTO... NOSSO QUARTO

Espera-se que NO QUARTO estejam contidos todos os cheiros dos viventes lá existentes e ELA me disse olha Aninha queria algo escrito por você é interessante que seja de alguém que me conheça na intimidade DO MEU QUARTO... DO SEU QUARTO... NOSSO QUARTO. Vejo enquadrada em coisas que agora recicla o que seria o lixo de nossas vidas tornarem-se memórias que se renovam em reminiscências estranhas que sempre entraram entranhando-se NO QUARTO que ELA habita. O QUARTO de paredes se traveste em vários personagens contidos em nadas de nossas vidas avaliadas pelo olhar DELA como preciosos objetos instantes contidos em histórias

AQUELA FLOR DE PLASTICO
assim postas caóticas de uma linearidade que corre paredes e paredes que se fecham agora em quatro
FOTOS, ADEREÇOS, TERÇOS, VIDRINHOS, SANTOS DE UMA SANTEIRA PERVERSA QUE OS MUTILA QUEBRADOS E CEIFADOS DE PARTES COM OLHARES ARREPENDIDOS E CARENTES
. Nossas vidas em um QUARTO exposta assim por alguns QUARTOS de hora aos olhos de estranhamento de transeuntes passageiros de olhos e olhares ás vezes redondos e tantas vezes oblíquos tendendo para o quadrado que tridimensionalmente se perfaz em quatro paredes de um QUARTO que é DELA Aninha espero que você poste urgente algo MEU que é NOSSO. NOSSO que  agora exposto aos olhares e bocas que reverberam palavras sobre um QUARTO que sabem desconhecer posto que não seja areia, nem cimento ou cal é QUARTO/CORPO manifesto DELA como insulto penúltimo ao intimo que intimado se expõe metaforicamente vestido de objetos colados as suas paredes traduzindo o CORPO/QUARTO nu que está por dentro.



Ana B. Menezes

Escritora e professora

claudia sampaio

claudia sampaio
MISTÉRIOS
Tem mistério a tua parede,
Mais um dia!
+ um dia + um dia + um dia + um dia + um dia + um dia + um dia + um dia.........
Que agonia!
Contar assim
INNNNNNNF I N I T A M E N T E........... !!!!!!
Quem olha não vê
Quem olha não sente
os mistérios que contêm a tua parede.
Quem olha se encanta,fica contente
E .............. vai embora
A casa FICA guardando os mistérios
Presos
Quem olha não sabe
Nem quebra-cabeça
Nem mágicas
São dores das almas
aflitas
do SEMPRE !
Quem olha não SE SABE
Quem olha não SE VÊ
Mistérios INNNNNNN F I N I T A M E N T E presos, disfarçados
na parede do teu coração.

Eliana De Francesco

convite | projeto < Porta Aberta>

convite | projeto < Porta Aberta>

Quarto 2


projeto

Quarto 2

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27 /11/2010

casa Intervenção

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mais um dia..nov 2010

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